Contos de Hintera
Tenad dormia tranquilamente em
sua cama, acabara de ser ninado por sua amada Ariel, dormiu ouvindo seu canto e
recebendo suas carícias, e com um sorriso bobo no rosto dormira pensando no que
estava acontecendo, dormira pensando...
“Será que isso tudo é real? Será
que ela realmente existe? Ou será que ela não passa de um devaneio de um
escritor louco como eu? Como pode existir alguém assim? Eu há muito havia
deixado de acreditar em Sirum Durs Kyant.
Por Mopresu como ela é linda...
Ela foi a primeira que conseguiu
enxergar além da minha carapaça, ela conseguiu enxergar meu coração, ela
conseguiu entrar em minha mente de uma forma que ninguém antes conseguiu.
Ela me fez sentir inúmeras coisas
que eu jamais havia sentido antes, me levou a querer o que nunca quis de
verdade e querer lutar por algo que nunca quis.
Faz-me querer seguir a diante. Fortalece-me
a cada dia, me faz querer viver mais intensamente a cada dia.
Chego a sentir medo... Medo de
perdê-la... Medo de não saber cuidar de forma correta... Medo de não conseguir
continuar cativando e recebendo essa luz diária que ilumina meus dias e me faz
seguir sempre em frente.
Castaris, vocês que estão mais próximos
de nós mortais hinteranos, nos protejam, por favor, não quero perde-la por nada
nesse mundo.
Ela é tão doce, afável, amável
e... eu a amo, mais do que isso Ys Sirum Durs Kyant Ariel”
Ariel não adormecera, sabia que
logo receberia visitas. Elas não
tardaram a chegar.
Antes de levantar-se da cama
Ariel dera um beijo na testa de seu amado e junto desse beijo sussurrara um
encantamento para que Tenad continuasse dormindo.
- venham para a luz – ordenara Ariel
já fazendo materializar-se em sua mão direita uma espada longa e dourada.
Dois indivíduos apareceram ambos
também empunhando espadas, mas mais curtas que a mesma empunhava.
- sabes que não podes estar aqui
irmã – dissera um dos dois, com um tom de voz seco.
Eles vestiam armaduras de
batalha pesada. O que falara com Ariel retirara seu capacete e mostrando quem
era. Um homem de rosto quadrado, barba longa e olhos brancos.
- resolvamos isso lá fora, por
favor. – Ariel sabia que era forte, mas também sabia quem eram os dois ali
presentes e se houvesse um combate, quem cairia seria ela.
- por que estás a fazer isso Ariel?
- sirum durs kyant.
- isso fora feito apenas para
Hinteranos, não para nós Castaris, aqueles que moldaram o mundo conforme a
vontade de Mopresu. Sabes que ele não nos fez para sentir, ele não queria nem
que os Daedivind, que são inferiores a nós sentissem muito menos nós.
- daedivind sentiram, por que
não podemos?
- POR QUE SOMOS SUPERIORES! –
esbravejara.
Ariel e o outro soldado
estremeceram ante o grito de Pelnir.
- agora lhe dou duas escolhas Ariel,
você vem com a gente e volta a apenas olhar ao seu redor e manter-se com as
trocas equivalentes ou vamos matar o seu mortal e arrancar a sua essência.
- eu estou em meio a uma troca
equivalente – Ariel olhava serio para Pelnir, seus olhos que sempre eram apertados
se arregalaram e mostraram uma chama que despertava – estou dando Sirum Durs
Kyant e recebendo – além das chamas nos olhos, os cabelos da castaris também
começavam a ficar avermelhados, mostrando que estava preparando-se para um
combate.
- vejo a chama em seus olhos,
estás mesmo disposta a morrer por ele?
- vale a pena matar por ele,
vale a pena morrer por ele.
A armadura de fogo começara a
aparecer no corpo de Ariel, também uma armadura de batalha cor de fogo, sua
espada já estava flamejante e suas asas que também eram de fogo já apareciam e
mostravam que estavam prontas para o combate.
- ele é apenas um MORTAL.
- É O MEU MORTAL, É O MEU AMOR E
SEU EU TIVER QUE MATAR VOCÊ OU QUALQUER OUTRO CASTARIS QUE VIR QUERER ME SEPARA
DELE EU O FAREI.
Pelrin materializara seu
tridente e pusera-se em posição de combate.
- entre lá e mate o hinterano.
O soldado dera o primeiro passo
em direção à casa de Tenda, e fora só o que ele conseguira fazer, a lâmina de Ariel
o penetrara mais rápido que um raio, e desarmada mesmo ela partira para
enfrentar quem realmente lhe daria trabalho.
O temperamento de Ariel era bem
conhecido entre os Castaris, todas sabiam que ela era a mais agressiva, talvez
por isso ela fosse à mestra das chamas.
Ela sabia que trocar socos com
Pelrin não era nada inteligente, mas o desespero em proteger Tenad fora maior
do que sua racionalidade, mas estava disposta a fazer qualquer coisa para
defender seu amado, mesmo que tivesse que queimar todo o seu eld.
Lançara varias bolas de fogo e
jatos flamejantes, movimentava o combate para conseguir pegar sua espada.
Pelrin investia uma vez ou
outra, mas quando investia era certeiro, ele era muito bom de bloqueio.
Ariel concentrara toda a sua
energia em seu punho direito, não podia dar espaço para seu adversário, tinha
que acabar com ele no primeiro instante do contrario nada mais poderia fazer.
Girara trezentos e sessenta
graus para pegar impulso e explodira toda sua ira em no peito de seu irmão de
raça.
Ele fora jogado longe e deixara
cair seu tridente...
Ela caíra de joelhos, perdera o
controle do poder e dispersara mais do que podia, ficara sem energia sequer
para manter sua armadura.
Segurara suas lágrimas, não iria
deixa-las cair.
Pelrin levantara-se, a sua
armadura do peito estava quebrada, sua pele bem machucada, mas ele estava de pé
e ela não.
Naquele momento fora impossível
segurar as lagrimas lembrar-se de cada momento que ela e seu hinterano passaram
juntos.
Como um relâmpago Pelrin chegara
em cima de Ariel, juntara seu tridente e olhara para a prostrada de forma
ameaçadora.
- e assim você vai morrer, por
um hinterano.
- valeu a pena cada momento que
estive com ele – enquanto esperava seu golpe final sorrira lembrando do
primeiro dia em que se viram, depois de meses apenas comunicando-se por cartas,
ele fora recebera no porto com um buque de rosas e um sorriso na face.
“ys sirum durs kyant Tenad”
Pelrin cravara o tridente no
peito de Ariel com toda sua ira, chegara a tirá-la do chão e depois a
congelara.
- agora é sua vez hinterano.
Pelrin ficara diante do
hinterano que fizera Ariel preferir a morte a voltar para seus irmãos.
Levantara o tridente para dar
fim à vida dele.
Baixara e o tridente fora parado
por um único dedo de Tenad que permanecia de olhos fechados, mas emanara muita
energia, uma energia que Pelrin sabia muito bem de quem era de alguém que podia
acabar com ele em um piscar de olhos.
Ariel acordara ainda jogada no
chão, molhada por conta do gelo que lhe cobrira.
Ainda estava bem ferida, mas
pensou “dane-se” precisava saber se seu amado ainda estava bem.
O dia já estava raiando.
Ariel entrara gritando por
Tenad, desesperada pensando que jamais beijaria seu amado novamente.
No quarto a porta estava aberta
e Tenad continuava dormindo, apenas mudara a sua posição.
A castaris preferira deixa-lo
dormir mais um pouco, arrumar a bagunça da casa e fazer o café da manhã e
enquanto o fazia sorrira pensando que nem em mil anos se imaginaria fazendo
aquilo.